Vivemos tempos tão corridos e ocupados, bombardeados por tanta informação disponível nas mídias sociais, que perdemos o contato com o simples. Para que almejar a simplicidade se posso adicionar ao meu “feed” todos os ricos e famosos mundo afora e tentar, de alguma forma, trazer um pouco da vida deles para a minha, seja com o que eles consumem – e dai vai do guarda-roupa aos restaurantes frequentados – a maneira que eles pensam e tocam suas vidas? A midia social tem o poder de agregar a nossa vida, mas tambem de atrapalhar as nossas prioridades, sonhos e objetivos. Não me refiro ao tempo perdido usando estas midias, mas sim as referencias que deixamos entrar na nossa vida.
Me chamem de alienada, mas parei de seguir nas redes sociais os ricos e famosos. Lógico que há pessoas especiais que emanam uma energia positiva e construtiva, estas sigo com prazer, mas as celebridades que tendem a ostentar e capitalizar em cima de “estilo de vida”, cada vez sigo menos. Os meus feeds são hoje repletos de pessoas como eu, que trabalham duro para conquistar suas coisinhas e tocam a vida de maneira normal, sem frescura.
O que eu tenho implementado aqui em casa para trazer mais simplicidade para mim e minha familia:
- Não me comparar aos outros
Há pessoas mais bonitas, ricas, viajadas e inteligentes do que eu, mas eu não preciso e não posso me permitir ficar me comparando o tempo inteiro.
- Adotar um estilo que funciona para mim e desapegar de todo o resto
Já faz alguns anos que eu parei de seguir a moda, não porque não goste, eu na verdade amo ver uma pessoa bem vestida, na moda, colorida e estampada. Adoro…apenas não funciona para mim. Eu uso roupas básicas, pouco estampado e quase nenhum colorido. Desde que adaptei esta filosofia para o meu closet, eu não tenho mais problema algum e nunca mais disse “não tenho nada para vestir”.
Simples. Básico. Monocromático. Pronto.
- Desapegar do que não é usado e amado ( se dó nem piedade)
- Não ir ao shopping com muita frequência
Quer maior tentação nesta vida do que shopping? Gente, não há!
Eu procuro ir ao shopping somente quando eu preciso de algo, tento evitar como forma de passeio. O que os olhos não vêm o bolso não gasta.
- Gastar $$ onde eu acredito que vale a pena
Aqui entrará o critério de cada um e ninguem está errado. Se a pessoa ama moda e tem o maior prazer nisso, vai fundo e seja feliz. Invista nisso e na sua felicidade.Eu gosto muito de ir ao cinema, de sair para jantar fora e de viajar, é nisso que quero gastar o meu dinheiro.
Ahhhh….e em batom, eu amo batom! Taí uma coisa que a carne aqui é fraca.
A conclusão aqui é que o seu dinheiro deve ser gasto com o que VOCÊ GOSTA, não o que as midias sociais e terceiros estão o influenciando a “gostar” e consumir.
- Invista seu TEMPO com o que você gosta
Eu amo fotografia. Amo. Passo o dia inteiro batendo foto, não sei porque, talvez Freud explique. Há quem ache exagero, eu não acho, me dá prazer e eu curto. Tambem gosto de blogar. Quantas vezes me perguntaram “Você bloga pra que? Pra quem? Ganha dinheiro com isso?”
Não ganho dinheiro com o blog, é meu hobby. Gosto de escrever e gosto de compartilhar as coisas que me dão prazer e inspiração, sem pressão e sem “agenda”.
- Pense 2, 3, 4 vezes antes de comprar uma peça
Eu preciso? O quanto vou aproveitar? Me veste bem? Não vou me arrepender?
Exemplo que aconteceu comigo durante o Natal. Fazem anos que estou namorando uma carteira. Anos! É linda, do jeitinho que eu gosto, mas é cara demais para uma carteira. Ganhei de Natal um cheque presente e ele cobriria certinho o valor da carteira. Esperei o Natal passar para ver se ela entraria em promoção, não entrou, e o tempo foi passando. Não comprei a carteira e neste momento não sinto mais necessidade de comprá-la. Talvez mais adiante me de vontade de novo…talvez ate lá a minha carteira estrague, não sei, mas no geral se esperarmos o impulso passar, veremos que não precisamos da maioria das coisas que queremos comprar.
De devagarinho em devagarinho, vamos aprendendo a dar mais importancia ao que nos faz bem sem esperar aprovação dos outros. Vamos aprendendo que o consumismo compra uma felicidade muito rápida, que passa mais rápido ainda. Hoje eu foco no que eu gosto de fazer, não no que eu gostaria de ter.
Gaúcha de Porto Alegre, morando no Canadá há 12 anos, mãe de uma prematurinha extrema há 6 anos e empresária, dona de uma escolinha infantil em Vancouver. Autora do blog Botõezinhos desde 2011.