Comer, comer
Comer, comer
Comer, comer
Para poder crescer
Já dizia a música!
Mas quem é mãe sabe, não é fácil fazer as crianças comerem.
Eu não posso me queixar, Bella come bem, mas acredito que isso se deva ao trabalho árduo da mamãe aqui desde que ela começou a comer sólidos com 6 meses. Muiiiiiita luta e suor para fazer comidinhas variadas para ela, nunca desistindo a cada cara feia e cuspida no prato. Segui na luta, nunca desistindo, e hoje ela é super boazinha e come de tudo. Bella não come muita quantidade, mas come bastante variedade, e vejo que está crescendo e se desenvolvendo bem, então eu não sou uma mãe que encana com quantidade.
Pois bem, mas sei que isso não acontece em todas as casas, algumas crianças são mais difíceis de alimentar do que outras, não podemos usar a mesma regra para todas, mas ao mesmo tempo podemos implementar o que funciona na casa alheia aos nossos filhos, ir testando o que dá certo e o que não dá.
Aqui vão algumas dicas do que funcionou aqui em casa e algumas dicas de como nós, professoras, nos portamos ao dar comida para nossos aluninhos (minha turma é de 3 a 5anos):
- Nunca diga: “Você não come nada!!!”
Sabem como na hora da raiva nós costumamos dizer:
“Você não come nada, meu filho.”
“Deixe de ser chato para comer.”
“Você tem que aprender a comer direito.”
Pare agora!
Na escola nós usamos o jogo contrário, mesmo quando a criança não quer comer.
“Você é um menino grande, um mocinho, gosta de comer as comidinhas que a mamãe manda, né?”
“Uau, olha que colherada boa que você comeu, você está comendo super bem hoje.”
Falamos coisas assim mesmo quando a criança não quer comer nada. Temos uma criança na minha turma que é quase impossível de alimentar, se ela comer 2 colheradas de almoço é muito, inclusive em casa. A mãe está desesperada, faz quase 1 ano que ela desaprendeu a comer, está chatinha, não quer comer nada, a pobre da mãe tenta todas as receitas possíveis e não alcança o sucesso. Esta criança se alimenta mal na escola e em casa, então nós sabemos que não é birra passageira, é uma situação mais delicada que temos que nos esforçar ao máximo para que a criança coma ao menos um pouquinho durante o dia.
Nós usamos o que chamamos “positive reinforcement” (reforço, estímulo positivo) ao invés de ficar incomodando a criança com insultos, fazendo com que ela ache que “droga, pra quê vou comer se minha mãe diz que eu não como direito mesmo?”.
- Deixe a criança comer sozinha….e se precisar ajude.
Eu sou muito canadense neste aspecto, aqui criança de meses já começa a comer sozinha. Quando Bella fez 6 meses e começou a comer comidinhas eu deixava ela comer com as mãozinhas, sem medo de bagunça e lambança. Quando ela tinha 1 aninho (mesmo ela tendo 3 meses a menos se formos pensar que ela nasceu 3 meses antes) já usava a colher ela mesma. Usava a mãozinha e a colher, e a partir daí ela começou a comer sozinha. Demorava, fazia sujeira, mas eu deixava, este é o jeito canadense ao menos.
Permitir que a criança seja independente dá outro sabor a hora das refeições, pois faz com que ela pense que ELA está tomando a decisão de comer e não está tendo uma colher enfiada na sua boca contra a sua vontade. Eu sou a favor de deixar a criança comer sozinha, mesmo que demore um pouquinho, e no final ajudá-la se for preciso. Esta hitória de empurrar não me agrada muito.
- Varie a apresentação da comida
Bella não gosta muito de maça, mas esta semana descobri que se eu cortar em micro cubinhos ela come. Ela também toma suco de maça. Então se eu quero que ela coma maçã, tem que ser de outro jeito que não fatias.
Eu não enfeito demais os pratos da Bella, de vez em quando faço um sanduichinho em formato de coração, algo assim, mas eu não tenho tempo de criar mil coisas para o prato ficar bonito. O que eu observo é se ela gosta de certos alimentos de um jeito mais do que de outro, isso ajuda a fazer com que ela aceite comer o que a princípio ela não tinha muita vontade.
A maioria das crianças chatinhas para comer implicam muito mais com a textura do que com o gosto da comida, por isso levam as mães as raias da demência tentando fazê-las comer. A minha dica aqui é servir a textura que a criança aceita comer (digamos, purê), mas não deixar de oferecer a comida na sua textura original.
É quanto a isso que eu digo que não se pode desistir, se a criança passar 2 anos sem ver uma arvorezinha de brócoli, ela jamais aceitará comer brócoli, por isso é importante que você use o brócoli escondido, mas mais ainda que você apresente o dito na sua apresentação original.
Nada do trio almoço-jantar-almoço!
Só por que seu filho aceita comer purê de batata com carne moída que você tem que oferecer só isso. Tente outras comidinhas, mesmo que ela não queira e coma pouco, assim ela saberá que você mamãe não desistiu dela!
Gaúcha de Porto Alegre, morando no Canadá há 12 anos, mãe de uma prematurinha extrema há 6 anos e empresária, dona de uma escolinha infantil em Vancouver. Autora do blog Botõezinhos desde 2011.
Luciana Souza
22/11/2012 at 12:21 am (10 years ago)Oi Rita
Gostei muito do seu blog e do post, é preciso muita atenção e paciência para fazer com que os filhos comam de tudo kkkkkk. Vim para cá do blog da Kellen, mas não vi painel de seguidores. Eu gostei muito da blogagem coletiva de toda sexta, gostaria de participar, adoro BCs.
Bjos. Fique com Deus.
http://ashistoriasdeumabipolar.blogspot.com.br
Camila Schone
23/11/2012 at 11:50 am (10 years ago)Amei o seu blog!! 🙂
Já te achei lá no face.. agora não desgrudo mais! hehe